sábado, 10 de outubro de 2009

Gestos obscenos, apelativos ou vulgares na 2ª Parada Livre de Esteio: exercício da liberdade de expressão ou desrespeito á comunidade esteiense?


Segundo Joseph Joubert:
“Ser capaz de respeito é hoje em dia quase tão raro como ser digno de respeito”. Independente da orientação ou preferência sexual.

Muitos esteienses heterossexuais que mantém relações comerciais, familiares, sociais, afetivas ou amigáveis com gays, lésbicas, bissexuais, transexuais e travestis ficaram chocados durante algumas apresentações artísticas da 2ª Parada Livre de Esteio, que foi realizada domingo, dia 04/09/2009. Durante o evento casais de homens ou de mulheres se beijavam na boca, algumas pessoas com os peitos cobertos apenas com pequenos adesivos, outros faziam gestos obscenos, apelativos ou vulgares na presença de crianças.

Durante o evento realizado na Rua Garibaldi, esquina da Av. Presidente Vargas, no centro de Esteio existiu um conflito entre o exercício do direito individual de alguns participantes demonstrarem publicamente o seu afeto, alegria ou preferência sexual e o respeito ao direito de algumas pessoas da comunidade esteiense que sentiram desconforto com a situação ou a forma da demonstração.

Não tenho absolutamente nada contra o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo, se elas são felizes, isso é o mais importante para todos, mas beijos na boca entre elas em público, peitos descobertos ou com apenas pequenos adesivos e, principalmente gestos obscenos, apelativos ou vulgares na presença de crianças, feitos por qualquer um, certamente chocam muitas pessoas que ainda não estão acostumados com isso em público.

Aprendi a compreender e respeitar às diferenças e sou plenamente a favor da liberdade de expressão e manifestação. Sou contra ofender ou agredir qualquer pessoa e também ao exibicionismo obsceno, bobo e vulgar, principalmente na presença de crianças. Acho que todas pessoas, independente das suas opção sexuais são livres para viverem como desejarem, só não podem obrigar a qualquer um a conviver com estas atitudes tão vulgares.

Em minha opinião durante o evento realizado em Esteio não deveria prevalecer o direito individual de uma pequena minoria de pessoas ao direito coletivo da comunidade esteiense. Na reafirmação da liberdade de manifestação, ninguém deveria impor um comportamento público que contradiga a maioria da nossa sociedade. O beijo na boca entre dois homens ou duas mulheres, os peitos cobertos apenas com adesivos ou gestos obscenos, em público, na presença de crianças, não é uma forma correta de reivindicar respeito, direitos, quebrar tabus ou provocar mudanças de cultura.

Sei que o preconceito contra gays, lésbicas, bissexuais, transexuais ou travestis, infelizmente ainda existe, embora particularmente eu nunca, em hipótese ou circunstância alguma fui preconceituoso. Acho que a preferência sexual é uma opção individual que não deturpa o caráter de ninguém e não deveria interferir no desempenho profissional, desenvolvimento emocional, mental ou espiritual dos seres humanos. Agora quanto a esta minoria que se manifestou, durante a 2ª Parada Livre de Esteio, com gestos obscenos, apelativos ou vulgares na presença de crianças, prejudicou o brilho do evento patrocinado pelo município de Esteio, o trabalho da ONG e dos demais organizadores, representando de forma irresponsável a maioria dos gays, lésbicas, bissexuais, transexuais ou travestis que certamente não aprovam este tipo de comportamento tão vulgar.

Concluindo, importa relembrar que o caráter e a educação dos seres humanos não estão aliados à opção sexual. Os heterossexuais, gays, lésbicas, bissexuais, transexuais e travestis são seres humanos completos que tem o direito de serem felizes, de terem uma vida saudável, livre de preconceitos, discriminações, privações de qualquer tipo e também o dever de respeitar a todos, principalmente as crianças, para serem respeitados.

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